Meu relógio de pulso apontava dez para a meia noite.
Assim termina, como um por do sol a trocar de dia, confundia - se, a noite com a triste manhã. Acendi meu cigarro, ardia a garganta, nem a droga do cigarro tinha mais sabor. Talvez aquilo fosse um sinal.
O telefone já não tocava mais, não tocava a tempos, talvez fosse melhor, poderia ser então um outro sinal, talvez. o relógio marcava agora uma da manhã. me mantinha na mesma posição, no décimo cigarro. na linha perdida de pensamento. Nada fazia sentido, desde que deixei de me calar, meus pensamentos não param mais. Assim se vão horas, se vão cigarros, se vão pessoas. E a única, que realmente deveria partir. está aprisionada em uma espécie de prisão interior. Talvez seja medo, talvez irrelevância, ou só uma questão de tempo. a principio aquilo era meu mundo; então era assim que iria permanecer, todo o tempo, talvez. O que sobravam eram os pedaços ao chão, um dia quem sabe iria me refazer. tudo agora era lembrança, lembrança do que foi, será; essa maldita insistente. Agora sou pó; ou até mesmo cinzas de meu próprio cigarro. Talvez seja, somente, uma questão de tempo; talvez.
Heteronímia, any roux