domingo, 27 de junho de 2010

Reticências (...)





Pensar em tudo que se passou,
Que se pôde sonhar e não realizou
A vida tentando escapar,
Mas não por agora,

Ao mesmo tempo tanta coisa se amou,
Se refez, se perdeu, se conquistou,
Retratos estampados do nosso amor,
Em preto e branco, pregados na parede,

Revelando pra sempre a gente,
Nosso orgulho um do outro,
Olhando pra lente como quem dissesse
"não queremos mais nada nesse mundo"

E que me lembrasse a cada instante
Que valeu a pena cada lance,
E que valerá, tenha certeza, pra toda a vida

Vou levar, vou te levar,
Pra onde for, vou te levar
 

Lobão - Vou te levar



I love you, always, you know.
Any R.

domingo, 13 de junho de 2010

estagnada.




Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?


Metade - Adriana Calcanhoto







longo quando o tempo quer ser.
curto como é.
anos se passam em meses,
dias em horas.
tudo gira, nada se move,
eu estou aqui, agora.
você está?
ora brisa, ora furacão.


any R.

domingo, 6 de junho de 2010

ao que eles dizem,




Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. 
O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. 
Faço paisagens com o que sinto.


(...) 


De resto, com que posso contar comigo? 
Uma acuidade horrível das sensações, 
e a compreensão profunda de estar sentindo...
Uma inteligência aguda para me destruir, 
e um poder de sonho sôfrego de me entreter...
Uma vontade morta e uma reflexão que a embala (...)


Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. 
E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, 
não encarna a substância de milhares de vozes, 
a fome de dizerem-se de milhares de vidas, 
a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. 
Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele.
Vivo mais porque vivo maior.




verdadeiro cadáver não é o corpo [...], mas aquilo que deixou de viver. [...]


Fernando Pessoa




Leio em todos lugares fragmentos da vida, de uma, de tantas.
 e percebi com o tempo, 
que o sofrer, é da alma, 
e já persegue a tempos, tempos a tras.
e ao que eles me dizem, quase nada faz sentido.
se tudo fizesse, 
não a haveria o porque de tantas palavras.


eu busco respostas, onde só existem perguntas.


Any R.
 

' Anywhere -Todos os direitos reservados - Any Roux

Site Meter